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O que comunicamos quando nos comunicamos? Afinal de contas, nem sempre as pessoas se expressam com clareza. Em outros casos, não conseguem ouvir seus interlocutores da forma atenta — nem sabem, aliás, que existem cinco tipos diferentes de escuta. No ambiente corporativo, em especial, os ruídos gerados ao longo da interlocução podem prejudicar carreiras e barrar o avanço de corporações.
Para entender como a comunicação funciona, as ciências da comunicação e da neurociência social podem contribuir. Mais do que isso: podem ser aplicadas de forma prática, com testes que estimulam os profissionais não apenas a fazer uma autoavaliação, como também entender o poder da empatia. É com esse objetivo que Mara Behlau e Marisa Barbara escreveram o livro Comunicação Consciente. O lançamento acontece na Livraria da Vila, no dia 5 de setembro, às 19h.
Resultado de duas décadas de experiência em ciências da comunicação e neurociência social, o livro explora temas como a arquitetura estrutural, a competência na comunicação e os canais de comunicação. Tudo para analisar os fatores de maior sucesso na comunicação: assertividade, persuasão e empatia. São eles os principais diferenciais para um profissional se destacar na massa de informações que caracteriza o atual mundo corporativo.
Dessa forma, o livro tem por meta contribuir para que o leitor melhore seu desempenho em comunicação, com ganhos expressivos, tanto pessoais quanto profissionais. Entre os capítulos da obra estão “Fatores de Sucesso na Comunicação”, “Apresentações Profissionais”, “Autorregulação Emocional na Comunicação” e “Presença Líder e Estruturas de Apoio”.
Capacidade de escuta
Doutora em Distúrbios da Comunicação Humana pela Universidade Federal de São Paulo e professora de Comunicação em Negócios no Insper, Mara Behlau é fonoaudióloga e consultora em comunicação humana para diversas empresas, especializada em neuroliderança e dirigente do CEV, uma empresa de consultoria, treinamento e ensino em comunicação e desenvolvimento humano.
Já Marisa Barbara é consultora organizacional, coach e mentora para desenvolvimento humano e lideranças para diversas empresas. É especializada em neuroliderança, tem MBA em Direção de Empresas pela Fundação Armando Álvares Penteado (Faap) e é instrutora no curso de formação de conselheiros do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC).
“Há dez anos trabalhamos, eu e Marisa, para reduzir o ambiente tóxico das empresas por meio da comunicação”, diz Behlau. “Melhorar o autocontrole, a capacidade de escuta e a empatia tem um impacto crucial para reduzir doenças mentais e melhorar o desempenho profissional, com resultados para o ambiente corporativo.”
“O livro é um guia prático ancorado na comunicação científica, que evita o risco de as pessoas entrarem no modo automático, sem consciência do que estão fazendo e comunicando”, diz Barbara, que explica as cinco formas de escuta: passiva, empática, organizativa, perspicaz e avaliadora.
As duas primeiras são passivas e as demais são ativas, no sentido de que o ouvinte espera pela interação e pode se beneficiar de respostas que ajudem a organizar o conteúdo disposto. “Quando entendemos como a comunicação acontece no nosso cérebro, mapeamos nossos gatilhos emocionais e passamos a melhorar nossa capacidade de interagir com assertividade.”
Dez lições
Como as autoras explicam, o livro apresenta uma série de recomendações capazes de melhorar a capacidade de comunicação dos profissionais. São elas:
É impossível não se comunicar: mesmo o silêncio é uma forma de comunicação e, às vezes, é a melhor opção. Mas essa escolha deve ser uma exceção.
Comunicamo-nos desde o nascimento, e nosso cérebro é formatado para a interação: enviamos e captamos sinais constantemente, conscientes ou não, e essa é uma estratégia básica do cérebro para garantir nossa sobrevivência.
Ter consciência sobre sua comunicação é um diferencial de qualidade: reflita sobre o que você comunica, quando se comunica e ajuste a fala e a escuta para elas serem fiéis à natureza do diálogo. Mesmo assim, esteja ciente de que poderá haver mal-entendidos. Confirme suas percepções e ajuste sua fala.
O poder da comunicação é imediato e enorme: tocamos o outro com o que falamos e pela forma com que falamos, de modo instantâneo; uma mensagem de texto com três palavras pode mudar a respiração, a pressão arterial, o ritmo do coração e o humor de quem a recebe.
A comunicação profissional é um tipo especial de interação: nascemos com uma programação cerebral para desenvolver a comunicação, mas a comunicação profissional vai mais além e requer treino, observância de regras e previsibilidade para atingir e engajar todos os públicos de interesse.
A comunicação pode ser comprometida por ruídos: você pode acreditar que a mensagem esteja absolutamente clara em sua mente, mas ninguém é um livro aberto, e o outro não tem o poder de ler seu pensamento; além disso, repertórios diferentes, culturas, experiências de vida, problemas de voz e fala, crenças e vieses podem interferir negativamente na transmissão da mensagem.
Considere o objetivo, o destinatário da comunicação e a mensagem: um discurso com objetivos ambíguos ou pouco claros gera desconforto para quem ouve; pense no que você pode dizer que faça valer o tempo e a atenção do outro, para que ele não o considere descartável.
Busque assertividade na comunicação: seja direto, conciso e preciso no que fala, destacando valor e respeitando seus direitos e os dos outros; quanto mais complexo for o tema, mais assertivo você deverá ser.
Construa diálogo com escuta, empatia e persuasão: valorize sua relação com o outro, reconheça a opinião do outro, mesmo que você discorde, permita a expressão das emoções, busque perspectivas diversas e escute com intenção. Entenda as situações em que o emprego da empatia resolve problemas de modo mais justo e contribui para a solução de impasses.
Aprenda a se comunicar na diversidade: o mundo é diverso e as empresas querem ser diversas para se emparelharem com a realidade social: é mais justo e gera mais lucros. Comunicar-se na diversidade é desafiador, requer esforços e é preciso ter curiosidade para conhecer o outro, mas os resultados nos negócios e no desenvolvimento dos times é inegavelmente superior aos das equipes similares.
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